“Lá fora, ainda existe muita desinformação, muito ataque vil, ao nosso setor do turismo”
Admitindo que as taxas turísticas possam vir a ser aumentadas num futuro próximo, Bernardo Trindade, durante a tomada de posse dos novos Órgãos Sociais da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), do qual lidera a direção, aponta ambição ao setor do turismo: que este não só pareça como seja reconhecido pela sociedade, tendo em conta que é a principal atividade económica do país.
“Nós entregamos, em 2024, novamente, o melhor ano turístico de sempre. Significa que, independentemente da instabilidade política que possa, aparentemente, existir, a malta do turismo é resiliente e entrega, de facto, tudo isto, do norte ao sul, passando pelas regiões autónomas da Madeira e dos Açores”. Para o presidente da AHP “se dentro desta sala, é unânime este pensamento, não nos iludamos, lá fora, ainda existe muita desinformação e muito ataque vil, ao nosso setor do turismo”.
Sendo assim, e, nesse sentido, os próximos anos têm que ser anos em que o setor tem de facto, que se aproximar das pessoas. “Ou seja, os números que estão aqui, 28 mil milhões de receita, 20 mil milhões de saldo, não há setor, na economia portuguesa que contribua tanto. A gente tem que fazer aqui um trabalho, um trabalho da próxima aproximação, às diversas entidades”. Destaca o responsável que este deve sobretudo, perceber que, se as pessoas não estão bem, em resultado da presença de mais gente que carrega sobre a infraestrutura, “nós temos que ser sensíveis a isso”. Destaca o presidente da AHP que aqui deve entrar a taxa turística, “lançada no conjunto dos municípios, – e que antecipo que venha a crescer – é, indiscutivelmente, uma marca que pode ser aproveitada para reduzir este gap entre residentes e turistas”. Indica o responsável que “para isso – e já propusemos isto de forma muito empenhada – cada investimento num equipamento, cada investimento num evento, cada investimento numa infraestrutura, este tem que ter lá um selo indicativo que este investimento foi financiado pela taxa turística”.
De acordo com o responsável “as pessoas têm que perceber a importância deste movimento. É por isso que nós continuamos, muito empenhados, nomeadamente aqui em Lisboa, que foi onde nasceu a taxa turística. Eu quero agradecer aos muitos associados da AHP, aqui em Lisboa, que me têm acompanhado e ao Alexandre Almeida, nas reuniões com as 24 juntas de freguesias”. Acrescenta o responsável que “tenho que dizer-vos, a esse respeito, que temos hoje, nos presidentes da Junta de Freguesia, na generalidade deles, amigos do turismo. Porque percebem, não só no turismo como na hotelaria, que tratamos das nossas responsabilidades de uma forma ímpar, como se verifica na higiene urbana. E, quando a câmara vem recolher o risco, vem recolhê-lo pode o fazer de uma forma organizada”.
Finalizando indica que “é por isso que achamos que este debate deve continuar. Entregamos à Assembleia Municipal de Lisboa uma petição, assinada por quase 300 trabalhadores do setor do turismo, para que este debate continue. Este debate é fundamental continuar. Para que a gente abandone o preconceito e nos eduquemos face a este objetivo nacional”.
Por Pedro Chenrim, in Ambitur