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Covid-19. Costa em sintonia com os hotéis nas formas de ‘voltar à vida’

Primeiro-ministro reuniu com cadeias hoteleiras, que prevêem nos feriados de junho poder ter algumas "aberturas experimentais", devendo até lá adaptar-se para obter o selo de "hotel Covid Free"  
 
Preparar a reabertura faseada dos hotéis após o estado de emergência com a pandemia do coronavírus, foi o objetivo da ronda de António Costa esta terça-feira com sucessivas reuniões com a Confederação do Turismo de Portugal (CTP), os principais grupos hoteleiros e associações do sector. Pestana, Vila Galé, Porto Bay e Sana foram os grupos que se reuniram com o primeiro-ministro e o ministro da Economia, num encontro em que participou também a associação AHP.  
 
Nesta reunião, foi transmitido aos hotéis que procedessem a adaptações para obter o selo "Hotel Covid Free" do Turismo de Portugal, adotando medidas específicas de desinfeção das unidades e de proteção de saúde, algo que foi bem acolhido pelos grupos.  
 
Não resultaram datas definidas para a reabertura dos hotéis, destacando-se a intenção do Governo de ir abrindo gradualmnete a partir de maio algumas atividades, como restauração ou comércio local.  
 
"Maio é cedo para reabrir os hotéis, será um mês de adaptação para as mudanças que terão de ser feitas na operação", adiantou Jorge Rebelo de Almeida, presidente do grupo Vila Galé, ao sair da reunião com António Costa, frisando que o regresso dos hotéis "vai ser feito com muitas cautelas, seguindo as orientações da Organização Mundial de Saúde e garantindo que as pessoas vão para os hotéis em segurança".  
 
Abrir gradualmente em junho "é um cenário que todos nós, hoteleiros, estamos a colocar, para poder progredir em julho com essas aberturas, mas dependerá muito do evoluir da pandemia", refere Rebelo de Almeida, frisando que o Governo ficou sensibilizado para as intenções dos hotéis, num quadro ainda de grande incerteza em que "temos todos de nos preparar para conviver com o vírus".  
 
No caso da Vila Galé, "temos um plano e estamos a preparar-nos para reabrir, mas sempre com condições sanitárias adequadas, porque o problema de saúde é delicado, mas é preciso de alguma forma voltar à vida", sublinha o hoteleiro.  
 
"O nosso sonho era, lá para os feriados de junho, poder abrir alguns hotéis experimentalmente, já cumprindo as novas normas, mas depende de como a situação evoluir", salienta o presidente do grupo, referindo que inicialmente o regresso será muito à base de portugueses, "e vamos ver se lá para agosto há algum mercado internacional". Na reunião com Costa e com Pedro Siza Vieira, o hoteleiro registou haver "da parte do Governo uma posição tranquilizadora e uma perspetiva sensata" sobre o regresso do sector.  
 
Portugal pode ser "um exemplo para o mundo na gestão de catástrofes"  
 
O "diálogo muito construtivo" e o "sinal de apoio" do Governo que ressaltou na reunião com António Costa foi também destacado por Carlos Silva Neves, administrador do grupo Azinor, proprietário dos hotéis Sana.  
 
"A nossa atividade não foi proibida, só fechámos porque não tivemos clientes", lembra o administrador dos hotéis Sana, adiantando que as reaberturas no seu grupo "vão ser um processo moroso, se tivermos este ano 20% ou 30% do que conseguimos no ano passado já será excelente".  
 
Segundo o responsável da cadeia Sana, "estimamos que em julho as coisas possam começar a evoluir, mas para os hotéis vai ser um retomar com muitas dificuldades, numa situação que será preocupante até ao final do ano".  
 
Mas o hoteleiro diz ter "esperança" na forma "equilibrada" como o Governo está a querer pôr a economia de regresso, sem descurar as questões de saúde e "manter o grau de confiança dos portugueses".  
 
"Penso que em junho irão começar a aparecer clientes, embora de forma paulatina, e acho inteligente o Governo estar a dar prioridade à abertura de outros sectores", salienta Carlos Silva Neves.  
 
"E eu disse também na reunião que este bom plano será uma mais-valia para o país no momento em que realmente houver uma retoma. Se se falava já há anos que Portugal era um destino seguro, agora deve ser olhado pelo mundo como um exemplo de segurança e na gestão de catástrofes".  
 
O administrador do grupo hoteleiro também prevê que "as quebras no imobiliário possam ser mitigadas pela procura de famílias que querem vir para Portugal porque o país sabe como lidar em situações de surto".  

Créditos da imagem: Luis Hansel @shotsoflouis/Unsplahs

in Expresso online, por Conceição Antunes

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