MENU

LOGIN

Pacote "Mais Habitação" penaliza Alojamento Local indiscriminadamente. AHP propõe incentivo extraordinário de apoio à habitação para os trabalhadores deslocados

Lisboa, 21 de março 2023 – A Associação da Hotelaria de Portugal, maior e mais representativa associação hoteleira em Portugal, submeteu, no âmbito da consulta pública do Pacote “Mais Habitação”, o seu parecer sobre as medidas propostas pelo Governo para o Alojamento Local (AL).
Assim, depois de uma análise cuidada das propostas, a AHP entende que as mesmas penalizam mais o Alojamento Local do que resolvem o problema da habitação. Para além de que dentro do Alojamento Local a AHP sublinha que há realidades muito diferentes, desde um quarto a um apartamento em self catering, a Hostels, blocos de apartamentos ou Guesthouses com vários quartos que prestam serviços verdadeiramente hoteleiros

A AHP considera, por isso, que é fundamental tratar estas realidades de forma distinta. Estes estabelecimentos que a AHP qualifica há muito de “AL coletivo”, devem entrar dentro do leque dos Empreendimentos Turísticos, seja quanto ao licenciamento, quanto ao tratamento fiscal, às obrigações de segurança e higiene, aos apoios financeiros, à promoção, entre outros. Estas realidades não são, naturalmente conversíveis em habitação.

A AHP considera que as medidas propostas nunca deveriam ser aplicadas a estes estabelecimentos, a saber: suspensão de novas licenças, renovação quinquenal não automática, caducidade das licenças por qualquer causa de transmissão.

Se bem que a AHP considere que este pacote contempla, no que respeita a alterações legislativas gerais, algumas medidas positivas, como a possibilidade de alterar automaticamente o uso de imóveis de comércio ou serviços em imóveis para habitação; a alteração da lei dos solos e a simplificação dos processos de licenciamento, tem medidas gravosas para os estabelecimentos de Alojamento Local que, entende a Associação, não vão atingir os objetivos pretendidos pelo Governo.

PROPOSTAS AHP

PARA O AL:

1. Distinguir o AL coletivo – estabelecimentos de hospedagem, hostels e blocos de apartamentos com serviços integrados – do restante AL e fazer com que estes estabelecimentos sejam encaminhados para dentro da lei hoteleira;

2. Distinguir situações de AL em locais de veraneio do AL em meios urbanos/cidades. Sendo que, no primeiro caso, os incentivos e penalizações fiscais, os poderes conferidos aos condomínios e as limitações às transmissões/caducidades das licenças não se devem aplicar;
3. Deixar que sejam os municípios, que aliás já têm essas competências atribuídas por lei da Assembleia da República, a impor limitações, conforme as diversas realidades, e a aplicar medidas de contenção e de monitorização.

 

PARA APOIO À HABITAÇÃO:

Paralelamente, e considerando que a hotelaria sofre também diretamente o impacto da escassez da habitação para os seus trabalhadores, a AHP propõe a criação de um incentivo extraordinário de apoio à habitação, com limite máximo mensal, para os trabalhadores deslocados. Este apoio não deverá ser integrado na remuneração e será isento de contribuições e impostos. Este é não só um apoio importante para ajudar os trabalhadores a suportar o custo com a habitação quando deslocados do seu local de residência habitual, mas virá também promover a mobilidade da mão de obra e a resposta às necessidades de todos os setores económicos.

A AHP considera que este regime agora em discussão carece de maior estudo e ponderação posto que se vier a ser aprovado (i) vai gerar uma enorme incerteza no investimento privado, criando uma grande instabilidade nos negócios (ii) compromete a satisfação de uma procura turística específica (iii) sacrifica a economia local e os pequenos negócios que trabalham em torno desta realidade (iv) priva segundas habitações de utilização económica (v) confunde pressão que verifica nas urbes com locais de veraneio ( vi) vai empurrar de novo para o mercado paralelo muitas situações. E acresce que as medidas propostas neste não irão satisfazer a escassez óbvia de habitação em Portugal.

Para além da submissão do Parecer em sede de consulta pública, a AHP já enviou ao Governo as suas propostas e está, naturalmente, disponível para dialogar e trabalhar em conjunto para uma solução que satisfaça os diferentes interesses.

 

Sobre a Associação da Hotelaria de Portugal

A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) é a maior associação patronal da indústria hoteleira em Portugal.  Com mais de 800 associados, a AHP representa toda a Hotelaria, bem como os estabelecimentos de alojamento local coletivo - Hostels, Guesthouses e blocos de apartamentos com serviço integrado -; Resorts; TER e TH. A AHP disponibiliza um conjunto de serviços indispensáveis para a gestão e operação das empresas, centrando a sua ação no negócio dos seus associados e no futuro da Hospitality Industry. Foi reconhecida como Associação de Utilidade Pública (outubro de 2013) e em fevereiro de 2022 foi condecorada pelo Presidente da República como “Membro Honorário da Ordem do Mérito Empresarial - Classe do Mérito Comercial”, em razão dos serviços relevantes no fomento e na valorização de um setor económico. 

Para mais informações, por favor contacte:

GABINETE DE COMUNICAÇÃO
Ana Rita Bentes
M: 937 432 128 | E: ana.bentes@hoteis-portugal.pt

Voltar