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AHP CONTESTA PROSPEÇÃO E EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO E GÁS NA COSTA ALENTEJANA E ALGARVIA

A AHP – Associação de Hotelaria de Portugal vem contestar a concessão de licença de perfuração de petróleo e gás a realizar na bacia do Alentejo, com forte impacto não só na costa alentejana como naquele que é reconhecidamente o maior destino turístico nacional, o Algarve.

A AHP recorda a forte aposta que tem vindo a ser realizada na promoção internacional do destino assente na sustentabilidade; de destino para famílias; de Sol e Mar a par de segmentos de turismo de natureza e de desporto, e os esforços em encontrar alternativas à sazonalidade trabalhando fora da época alta com outros mercados emissores e esses exigentes segmentos. A AHP invoca ainda os grandes investimentos que os promotores estão a fazer na promoção e afirmação do Algarve e Alentejo como turismo de natureza de que são bom exemplo inúmeros projectos como o cicloturismo, o trekking, o surf ou bird watching, entre outros.

A tornar-se uma realidade, a simples prospeção e pesquisa de petróleo trará danos para a imagem do País, comprometendo estes esforços e investimentos públicos e privados.

“No mesmo território não podem coabitar turismo sustentável e exploração petrolífera. Por isso, é preciso definir prioridades para o país: a aposta no turismo sustentável, que vive da excelência dos nossos recursos naturais e que justifica medidas especiais de proteção como a criação de Parques Naturais, como é o caso do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, não é compatível com a prospeção e exploração de petróleo e gás. Ou seja, do ponto de vista económico, existem razões para travar tal exploração/prospeção porquanto a mesma inviabiliza uma outra atividade de enorme importância para Portugal, como é, reconhecidamente, o Turismo”, refere Raul Martins, presidente da AHP.

Mais, a AHP desconhece a existência de estudos de impacto ambiental que permitam avaliar as consequências que a exploração de petróleo e gás podem acarretar para a fauna da região e para a atividade piscatória – base essencial da gastronomia portuguesa—e de outros que avaliem as consequências, para a região, de uma catástrofe ambiental resultante de um eventual acidente, não só em termos de prejuízos diretos e imediatos, como também dos irreparáveis danos causados à imagem de Portugal. Sendo o Turismo uma das principais atividades económicas do Algarve, mais estranho se torna a forma pouco profunda, não participada e ausente de explicações como todo este processo tem vindo a ser gerido.

O presidente da AHP acrescenta:” A simples associação da marca “Portugal” e “Algarve” a uma indústria poluidora como a exploração de petróleo será muito negativa para o Turismo, levando à quebra de muitos milhões de euros de receitas que o Estado vem arrecadando em impostos à custa deste setor, a par do desemprego, despovoamento e consequente abandono da região. Estas consequências foram medidas e ponderadas? Se sim não foram seguramente partilhadas com o Turismo nem tornadas públicas”, questiona o responsável.

Dada a gravidade da situação, a AHP emitiu parecer no curtíssimo prazo concedido no âmbito da consulta pública para atribuição de licença de sondagem de pesquisa no deep offshore da bacia do Alentejo e tem já reuniões agendadas tanto com o Secretário de Estado da Energia como com a Secretária de Estado do Turismo, e irá também solicitar uma audiência com a máxima urgência junto do Ministro da Economia.

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