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Inquérito AHP: Taxa de ocupação em Lisboa durante as JMJ atinge 77%, contrariando projeções de 91%

Durante as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), que decorreram de 1 a 6 de agosto, observou-se uma discrepância entre as expectativas dos hoteleiros e a realidade. Na Área Metropolitana de Lisboa (AML), excluindo a cidade de Lisboa, as perspectivas apontavam para uma taxa de ocupação de 89%, porém, a realidade foi de 85%. Na cidade de Lisboa, a taxa de ocupação durante as JMJ foi de 77%, tendo ficado “bastante aquém” das previsões iniciais, que indicavam uma taxa de 91%.

Estas conclusões resultam de um inquérito realizado entre os dias 4 e 18 de setembro pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), que oferece um balanço do desempenho dos hotéis em Lisboa e na Área Metropolitana de Lisboa durante as JMJ, que se realizaram entre 1 e 6 de agosto, bem como o desempenho geral no mês de agosto. Este inquérito, que se baseia nas perspectivas dos hoteleiros obtidas através de outro inquérito realizado pela AHP entre 7 e 15 de junho, revelou algumas surpresas em relação ao desempenho real.

Além da taxa de ocupação, os preços médios também não corresponderam às expectativas, com a AML a apresentar uma perspectiva de 219€ e um preço real de 196€, enquanto Lisboa registou uma perspetiva de 225€ e um preço real de 221€.

Em relação à duração média da estadia, a maioria dos visitantes, tanto na AML quanto em Lisboa, ficou entre 3 e 5 noites, com 54% dos inquiridos a indicar esse intervalo de dias. Apenas 8% dos visitantes prolongaram a estadia por mais de 6 noites.

Mudanças nos principais mercados e canais de reserva

Os principais mercados de visitantes durante as JMJ variaram entre a AML e Lisboa. Na AML, Espanha liderou com 72% dos inquiridos a colocar este país no seu top 3, seguido de Portugal (64%) e EUA (40%). Em Lisboa, os EUA dominaram com 62% dos inquiridos a colocar este mercado no seu top 3, seguidos de Espanha (35%) e Brasil (27%).

“É completamente diferente o perfil da AML e da cidade de Lisboa. Achámos muito curiosa esta diferença tão marcante na composição dos mercados emissores”, afirmou Cristina Siza Vieira, vice-presidente executiva da AHP, na apresentação dos resultados do inquérito.

Os principais canais de reserva foram consistentes em ambas as áreas, com a Booking a liderar com 71% das reservas, seguida pelo website próprio (68%), Expedia (43%) e agência/offline (33%). A AHP destacou o “crescimento sustentado no uso de websites próprios como um sinal positivo”.

Quando questionados sobre como avaliaram o impacto das JMJ na região de Lisboa, 56% dos hoteleiros da AML tiveram uma opinião positiva, enquanto em Lisboa esse número foi de apenas 44%. No entanto, é importante observar que 37% dos hoteleiros da cidade de Lisboa consideraram o impacto negativo, enquanto apenas 16% na AML tiveram a mesma opinião.

Performance geral em agosto

Além do foco nas JMJ, o inquérito também analisou a performance geral dos hotéis durante todo o mês de agosto.

A taxa de ocupação em agosto de 2023 ficou abaixo do mesmo período em 2022, com uma redução de 2 pontos percentuais na AML e 3 pontos percentuais na cidade de Lisboa. No entanto, os preços médios aumentaram em ambas as regiões em comparação com 2022. A AML registou um crescimento de 10,2% (166€ em 2022 vs 183€ em 2023), enquanto Lisboa cresceu 12% (175€ em 2022 vs 196€ em 2023).

A estada média permaneceu consistente, com a AML a manter uma média de 3 a 5 noites, enquanto Lisboa continua a ser “uma cidade de short break”, como enfatizou a AHP, com estadas médias de 1 a 3 noites.

Comparação com 2022 e conclusões finais

Em relação à operação de agosto de 2023 em comparação com agosto de 2022, os hoteleiros tiveram opiniões mistas. Na AML, 44% consideraram melhor, 28% igual e 28% pior. Em Lisboa, 56% consideraram melhor, 11% igual e 33% pior.

Em resumo, o inquérito da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) revelou que as taxas de ocupação e os preços médios durante as JMJ ficaram aquém das expectativas dos hoteleiros, com a taxa de ocupação na cidade de Lisboa a atingir apenas 77%. No entanto, 41% dos inquiridos em ambas as regiões tiveram uma taxa de ocupação superior a 90%. Além disso, o preço médio durante a semana das JMJ superou o preço médio de todo o mês de agosto. O inquérito também destacou mudanças nos principais mercados e canais de reserva, bem como opiniões mistas sobre o impacto do evento na capital portuguesa.

O inquérito, realizado entre 4 e 18 de setembro, foi conduzido em 152 empreendimentos, com 75% localizados na cidade de Lisboa e 25% na AML.

in TNews

Foto: Jornada Mundial da Juventude

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