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Turismo continuará a ser motor económico em 2017

O turismo deverá continuar no próximo ano a ser um dos principais motores das exportações portuguesas e do crescimento do país, tendo em conta não só nas reservas já feitas para 2017 – que antecipam um novo recorde -, como também a continuidade da instabilidade em zonas do globo que concorrem diretamente com Portugal, como os países do Norte de África e Turquia. As duas principais associações hoteleiras são unânimes em considerar que o turismo continuará a crescer devido aos vários sinais positivos que rodeiam 2017. A principal região turística do país não espera abrandamento do crescimento no próximo ano. “Não sendo de prever o fim da instabilidade nos destinos concorrentes do Norte de África, é natural que continuemos a beneficiar do crescimento na ocupação e, mais importante do que isso, este ano também nas receitas”, analisou Elidérico Viegas, presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve, contabilizando o aumento das receitas da hotelaria algarvia, no acumulado deste ano, em 13,5%. Existem, porém, algumas nuvens negras no horizonte, com um impacto ainda imprevisível: o Brexit, que já desvalorizou a libra em cerca de 20% e que pode pressionar novamente os preços para baixo; e a falta de consolidação do crescimento turístico, com o “contínuo desvio do investimento público para Lisboa”. Para o resto do país, a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) tem também boas perspetivas. Raul Martins, presidente da AHP, espera um novo recorde no número de turistas este ano e, pelo volume de reservas para 2017, também no próximo. “Portugal não tem turistas a mais”, refere, considerando que o país tem condições para competir com alternativas como a França, o Reino Unido ou a Itália, aproveitando o aumento da procura para fazer subir o preço médio na hotelaria, que ainda é um dos mais baixos da Europa. Este cenário vem confirmar o otimismo manifestado ontem pelo primeiro-ministro António Costa, que admitiu uma baixa nos juros da dívida no próximo ano se a tendência de crescimento da economia se mantiver. Apesar de uma previsão otimista, os protagonistas do setor deixam um alerta: se não houver consolidação estratégica, através de políticas públicas dedicadas, arriscamo-nos a perder a fonte de rendimento mal a concorrência recupere. Sazonalidade atenuada As políticas fiscais “adequadas” do Orçamento do Estado para 2017 são, também, um impulso para o setor. Segundo Pedro Carvalho, diretor do Departamento de Estudos e Planeamento da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, “as políticas deste Governo reforçaram a confiança dos empresários para que criassem emprego e investissem nos estabelecimentos”. O Instituto Nacional de Estatística revelou recentemente que o setor do alojamento e restauração criou, este ano, 46 700 postos de trabalho diretos – ainda que o saldo final dos primeiros nove meses do ano seja de apenas 38 600 empregos, devido à sazonalidade. Pedro Carvalho assegura que “o emprego criado não tem sido precário” e aponta que a sazonalidade tem sido “atenuada”.

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