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Mercado interno é responsável pela "relevante" dinamização económica no Carnaval

O mercado interno é o principal responsável pela “relevante” dinamização económica no período do Carnaval, consideraram hoje associações de hotelaria e restauração, sustentando que ainda há muito trabalho a fazer para que este se torne num produto turístico internacional. A Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) e a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) referiram que a época tem impacto na economia devido à tolerância de ponto dada por muitos municípios. Também o Governo voltou a aplicar a medida, ao contrário do que aconteceu nos últimos quatro anos.  
 
“Desde a mais pequena aldeia que mantém tradições ancestrais e culturais relevantíssimas, desde os caretos até aos desfiles abrasileirados de algumas outras cidades […], há um movimento interno a nível nacional que é relevante”, frisou o diretor-geral da AHRESP, José Manuel Esteves, referindo que os portugueses são os principais clientes da hotelaria e da restauração.  
 
O responsável afirmou à Lusa que “há claramente uma tendência ano a ano de crescimento e a expectativa é de que este ano não seja inferior ao ano passado”.  
 
“No turismo de Carnaval, não temos um produto relevantíssimo em termos internacionais, antes pelo contrário. Não vale a pena sequer tentarmos comparar com Veneza ou com Rio de Janeiro”, afirmou, referindo que “a movimentação é da procura interna” e que há mais dinâmica na restauração e no pequeno comércio do que na hotelaria.  
 
Já a presidente da AHP disse que o Carnaval funciona como “balão de oxigénio” para a hotelaria, permitindo recuperar dos meses de janeiro e fevereiro, “habitualmente maus”.  
 
Para Cristina Siza Vieira, a festa “tem relevo e tem impacto”, sobretudo no mercado interno: “O Carnaval do ano passado teve 60% de hóspedes e 42% das dormidas nacionais, o que significa 40% de hóspedes e 58% de dormidas de estrangeiros”, informou, explicando que em comparação a 2014 houve “um abrandamento quer no preço médio, quer na taxa de ocupação”.  
 
A expectativa para este ano, em termos nacionais, é que se mantenha no mesmo padrão de 2015, com a Madeira a receber uma “estimativa muito boa” e Lisboa “ligeiramente abaixo do que no ano passado”.  
 
O Carnaval de Torres Vedras é o que apresenta maior investimento este ano, a rondar os 600 mil euros, o maior dos últimos seis anos. Os principais hotéis estão esgotados na cidade e, no resto do concelho, com taxas de ocupação entre os 50% e os 75%.  
 
Estima-se que os quatro dias do Carnaval geram receitas de 10 milhões de euros na economia local, que aumenta as suas vendas em 30%.  
 
Mais a sul, o Entrudo de Loulé, que completa este ano 110 anos, apresenta um investimento superior a 300 mil euros, valor que tem subido nos dois últimos anos.  
 
No Funchal, o orçamento aplicado este ano no Carnaval foi de 293 mil euros. Segundo o secretário regional de Economia, Turismo e Cultura, receita turística direta é superior a 1,8 milhões de euros.  
 
"Estamos, neste período, com uma taxa de ocupação hoteleira de 71%, o que significa cerca de 22 mil pessoas; o gasto médio de um turista na Madeira anda à volta dos 80 euros. É multiplicarmos esses valores e logo se acha o impacto que esta quadra tem na economia da região", observou Eduardo Jesus.  
 
O Carnaval de Estarreja assumiu um investimento este ano de 185 mil euros, 90 mil euros dos quais suportados pela Câmara.  
 
Já em Ovar, os 66 anos de história do Entrudo vareiro representam um retorno de cerca de um milhão para a economia local, incluindo restauração, hotelaria, indústrias de têxteis e materiais para adereços.  
 
Em Loures o orçamento do Entrudo é de 180 mil euros este ano, a cargo da Associação do Carnaval de Loures e da câmara. Esperam-se mais de 90 mil foliões.  
 
No Carnaval Luso-Brasileiro da Mealhada, a maior festa do concelho, o impacto é difícil de avaliar devido à ausência de números oficiais, sabendo-se apenas que estes são também dias de festa para a indústria do leitão, que movimenta anualmente 87 milhões de euros na região mais alargada da Bairrada.  
 
A festa deste ano tem um investimento de 100 mil euros, inferior em 30% a 2015, por força da redução do subsídio atribuído pelo município, mas os organizadores acreditam que a festa manterá o impacto habitual, atraindo 10 mil pessoas.

 

in Região Sul Online

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