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Regenerar os centros históricos: Um projeto cinco em um

Foi notícia mais um processo de despedimento coletivo numa grande empresa do setor da construção, a empresa Soares da Costa. Este processo de despedimento junta-se a tantos outros que têm ocorrido, em empresas de todas as dimensões, num setor que está em forte quebra, em todos os indicadores, desde 2011.  
 
Esta quebra traduziu-se no aumento do desemprego e da emigração, na redução da receita de impostos e no aumento do pagamento de prestações sociais, na frustração de muitos trabalhadores e empresários que viram chegar ao fim as empresas que construíram e ajudaram a construir.  
 
O que se está a passar em Angola, com uma crise financeira e económica que afeta muitas empresas portuguesas do setor da construção e que vai obrigar ao regresso de muitos dos nossos concidadãos, que perderam naquele país uma oportunidade de emprego que tinham ajudado a criar, agrava os problemas do setor. Logo, tendo já muito sido discutidos os motivos desta quebra bem como a relevância da construção para a nossa economia, importa criar soluções para o setor.  
 
A implementação de um projeto mobilizador para o país de reabilitar e regenerar os centros históricos das suas vilas e cidades deve ser uma delas.  
 
É um cinco em um: dinamiza a economia, cria emprego, melhora a imagem das vilas e cidades, aumenta a nossa autoestima e potencia Portugal em termos de turismo.  
 
Pese embora a construção do Portugal 2020 tenha algumas limitações operacionais e de dotação para uma intervenção desta tipologia, já que os chamados "envelopes financeiros" para esta área têm um valor de cerca de 600 milhões de euros de fundos reembolsáveis para a regeneração urbana, há que conjugá-lo com outras valências que o Portugal 2020 permite: a aposta na eficiência energética e no apoio aos empresários para modernizarem o comércio local.  
 
No fundo, o Portugal 2020 poderá viabilizar, e deve ter como um dos seus objetivos, a modernização das cidades. E a reabilitação urbana, pela capacidade automática de criação de emprego no setor da construção, pode ser geradora de diversas oportunidades e mais-valias que as cidades e o país tanto precisam.  
 
Com isso, o país regenerará os seus centros históricos, criará emprego, gerará receitas, reduzirá custos sociais e assumirá este objetivo como um dos seus motores de desenvolvimento e de crescimento.  
 
Não há necessidade de irmos à procura da roda. Basta reconhecer o que de bom já foi feito, valorizar os resultados que foram apresentados e aproveitar as oportunidades que o Portugal 2020 oferece.  
 
Depois, é só executar.  
 

in Diário de Notícias

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