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Hoteleiros algarvios conheceram apoios à remodelação de empreendimentos turísticos

O Hotel Tivoli Marina Vilamoura foi palco, no dia 8 de fevereiro, de uma sessão de esclarecimento promovida pela AHP – Associação da Hotelaria de Portugal sobre «Apoios Financeiros à Remodelação de Empreendimentos Turísticos e Outros Estímulos para o Desenvolvimento Turístico no Algarve». A Linha de Apoio à Qualificação da Oferta, gerida pelo Turismo de Portugal, é o principal instrumento de crédito para o financiamento da requalificação dos empreendimentos turísticos, no sentido de os posicionar e afirmar em segmentos de maior valor acrescentado. A afirmação turística do Algarve passa, contudo, também pela melhoria das acessibilidades, pelo estímulo à realização de eventos e pela aposta no marketing do destino.

Esta temática é de importância vital para os empresários do turismo no Algarve tendo em conta as restrições desta região no âmbito do Programa Portugal 2020, daí a presença de Carlos Abade, vogal do Conselho Diretivo do Turismo de Portugal, num encontro que contou igualmente com as intervenções do Presidente da Associação da Hotelaria de Portugal, Raul Martins, e do representante da AHP no Algarve, João Soares, do Dom José Beach Hotel, de Quarteira. “Depois de alguns anos claramente negativos, entre 2010 e 2014, com muitos hotéis fechados durante o Inverno e com exploração deficitária, os dois últimos anos têm sido francamente positivos para a operação hoteleira”, começou por dizer Raul Martins.

De facto, em 2015 já se assistiu a uma subida da taxa de ocupação dos hotéis algarvios e dos preços médios praticados, com esta tendência ascendente a confirmar-se no ano seguinte. “Mas muito há para fazer, porque o Algarve tem muitos «Algarves». Não é só o interior e o litoral, mas também o sotavento, barlavento e centro e todos têm pesos distintos, resultados diferentes e assimetrias marcantes. Há que cuidar das infraestruturas e, no Algarve, as acessibilidades continuam críticas”, lamentou Raul Martins, dando os exemplos concretos da EN 125 e do Aeroporto Internacional de Faro. “Também os eventos são fundamentais e é preciso avaliar sistematicamente se atingem os objetivos pretendidos, como é o caso do «365 Algarve», para se fazerem acertos e correções de estratégias”, reforçou o presidente da AHP.

Raul Martins falou também do emprego, da fixação da população e da formação, assim como da necessidade dos empreendimentos turísticos realizarem intervenções periódicas de manutenção, reequipamento, recuperação e modernização. “Só assim se mantêm competitivos e aptos a concorrer com a nova oferta que vai surgindo. Porém, os anos menos bons que vivemos não libertam verbas para fazermos esses investimentos e o financiamento bancário comum também não se afigura ajustado à hotelaria, visto que acarreta um peso sobre a tesouraria que esta não suporta”, observou o dirigente associativo.

Por seu lado, João Soares afirmou que fazer parte de uma associação nacional é importante para se esbater a separação que existe entre o Algarve e o resto de Portugal. “Claro que isto só é possível com a ajuda de todos. A AHP é a maior e mais antiga associação de hotéis do país, contudo, para pena minha, tem pouca representatividade no Algarve”, frisou, esclarecendo que o objetivo não é fazer concorrência a outras associações existentes no contexto regional e nacional. “Antes pelo contrário, queremos promover parcerias, estarmos mais próximos uns dos outros e tomarmos posições conjuntas em relação às matérias que tenham a ver com a melhoria do Algarve e das nossas infraestruturas, para que possamos receber os nossos turistas de uma forma mais acolhedora”, salientou o diretor-geral do Dom José Beach Hotel.

O convidado especial do encontro foi Carlos Abade, vogal do Turismo de Portugal, que deu a conhecer a Linha de Apoio à Qualificação da Oferta 2016, um instrumento de crédito que visa proporcionar às empresas do setor do turismo melhores condições no acesso ao financiamento, estando dotada de 60 milhões de euros e resultando de um protocolo assinado com 12 instituições bancárias. De acordo com os critérios fixados no protocolo, que vigora até 31 de dezembro do corrente ano, será privilegiado o investimento em projetos distintivos e inovadores, assim como na requalificação de empreendimentos turísticos, no sentido de os posicionar e afirmar em segmentos de maior valor acrescentado. O desenvolvimento de projetos de empreendedorismo na área da animação turística, bem como de projetos na área da restauração de interesse para o turismo, estão também entre os eixos de investimento contemplados.

De realçar que esta linha de crédito privilegia os projetos que, pelas suas caraterísticas, contribuam para a dinamização turística dos centros urbanos, privilegiem a fruição do património cultural edificado e a reabilitação urbana, se traduzam em novos negócios turísticos, nomeadamente na área da animação turística, sejam energética e ambientalmente sustentáveis, e contribuam para a permanência média do turista e para a redução da sazonalidade. O novo instrumento está acessível a empresas turísticas de qualquer dimensão, independentemente da sua natureza ou forma jurídica, desde que cumpram as condições estipuladas. Quanto ao montante máximo do financiamento concedido, poderá chegar aos 75 por cento do valor do investimento elegível, estando definido o valor de 2,5 milhões de euros como limite máximo de investimento do Turismo de Portugal em cada operação, com exceção das candidaturas desenvolvidas em cooperação, agregadoras de várias empresas, em que o limite será de 3,5 milhões de euros.

As empresas podem candidatar projetos de requalificação de empreendimentos turísticos existentes, incluindo a ampliação dos mesmos, ou até a criação de empreendimentos turísticos, desde que se demonstrem diferenciadores em relação à oferta existente e importantes para o posicionamento competitivo do destino, ou resultem da adaptação de património cultural edificado classificado ou de intervenções de reabilitação urbana em áreas de interesse turístico. São ainda elegíveis a criação e requalificação de empreendimentos, restauração, equipamentos ou atividades de animação, desde que de interesse para o turismo e se diferenciem da oferta existente na região. Os fundos públicos irão também apoiar o desenvolvimento de novos negócios turísticos, no contexto do apoio empreendedorismo no setor, que apresentem um investimento elegível máximo de 500 mil euros, sejam promovidos por pequenas ou médias empresas a criar ou com, no máximo, dois anos de atividade completos.

Há, todavia, outras linhas de apoio do Turismo de Portugal à remodelação de empreendimentos turísticos, como é o Sistema de Incentivos no quadro do Portugal 2020, o Programa Valorizar, os Fundos de Capital de Risco do Turismo, os Veículos de Capital de Risco IFD, os Fundos de Investimento Imobiliários Turísticos, a Iniciativa IFRRU 2020, as Linhas Fundo de Inovação para o Turismo e a Linha Capitalizar. Carlos Abade abordou igualmente o programa FormAlgarve, que visa apoiar financeiramente a melhoria da qualificação dos trabalhos e a conversão ou renovação dos contratos de trabalho; o Programa Nacional de Formação Financeira Todos Contam, para promover a formação financeira da população e das empresas; o Programa Vip.pt, de apoio à captação e reforço de operações áreas; o Programa M&I Portugal, para incentivar a realização de congressos e eventos corporativos e associativos em Portugal; o Projeto «Portuguese Trails», que pretende posicionar Portugal internacional como destino de cycling & walking, cuja região-piloto é precisamente o Algarve; e o Programa «365 Algarve».

in Algarve Informativo
Texto: Daniel Pina
Fotografia: Daniel Pina

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